sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nênia para Nona

Naquele dia
Uma coisa me perseguia
A semana não era a mesma
Coisas atrapalhavam a família

Parentes de longe vinham
Para a despedida
De uma pessoa tão querida
Vivida e sofrida

Seus onze filhos ali estavam
Tristes com a sua partida
Noras, genros, netos e bisnetos
Tataranetos já tinha
Alguns não a conhecia

E essa pessoa tão admirada
Amada e respeitada
Uma doença a corroia
Nos últimos dias
Vegetativo era seu estado
Hoje já descansara

Uma pessoa bela de cabelos longos
Brancos como a neve
Seus olhos azuis tive quando pequeno
Ainda não me esqueço daquele dia
Que o sol brilhava, mas nuvens sombrias rodeavam
O cemitério silencioso
Só se ouvia o choro dos próximos

E naquele mesmo dia 17
Havia uma festa numa casa longe dali
E a pessoa é próxima a mim
Ninguém entende a morte
Ninguém a quer
Mas ela vem, cedo ou mais tarde.
Todos nós temos a certeza que um dia iremos
Pra onde, não sabemos...

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